21 de novembro de 2010

Rodovia Cuiabá - Santarém (BR-163)


"A região dos cerrados e a Amazônia se tornou, a partir do final da década de 1960 e início da década de 1970, a nova fronteira agropecuária brasileira. [...] A ocupação da região é marcada por crimes contra o homem e contra a natureza, explicitados na violência contra trabalhadores rurais e camponeses, devastação ambiental, crimes na apropriação privada da terra (grilagem) e beneficiamento do grande capital na aquisição de terras públicas. Na frente pioneira, localizada nas margens da floresta amazônica, o crescimento demográfico, desflorestamento e crescimento da pecuária bovina são característicos. Ela está em constante avanço para o interior da Amazônia, onde a floresta é progressivamente suplantada. O desflorestamento apresenta sinais muito tímidos de redução. O Estado atua no incentivo à ocupação da região, mesmo sabendo que isso não contribui para o desenvolvimento socioeconômico do país. Um exemplo recente é o investimento na ampliação e consolidação da rede rodoviária na Amazônia, em especial da BR-163, que será provavelmente o mais importante eixo de destruição da floresta nos próximos anos. Não há necessidade socialmente justificável de avançar na ocupação da Amazônia, sendo que a forma ilegal, especulativa e concentradora de apropriação privada da terra que ocorre neste processo só contribui para o agravamento da questão agrária." (GIRARDI, 2008, p. 311.)


GIRARDI, Paulon Eduardo. Proposição teórico-metodológica de uma cartografia geográfica crítica e sua aplicação no desenvolvimento do atlas da questão agrária brasileira. Presidente Prudente: 2008 .

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