11 de fevereiro de 2011

Os Simpsons: surpreendentemente na sala de aula

Escrito em parceria com Cibele Assensio e Adriano Rangel


Se Os Simpsons é, por si só, um objeto privilegiado para inúmeras discussões geopolíticas, dadas as situações vividas pela família ícone do "american way of life", imagine quando um artista engajado resolve criar sua própria versão para a abertura da série. Foi o que fez Banksy - um polêmico artista inglês que não revela sua identidade e foi recentemente indicado ao Oscar - a partir do modelo original de abertura dos Simpsons, colocando em jogo a exploração que torna possível a existência dos personagens queridinhos no mundo todo.

O clássico momento de abertura, em que os personagens estão sentados no sofá, é tomado de repente por um silêncio macabro. Entram em cena, então, trabalhadores chineses numa linha de produção. Uma imensidão de mão de obra barata em condições deploráveis, pintando chapas dos personagens, costurando bonequinhos e produzindo CDs do desenho animado. É um contraste assustadoramente real com a animação colorida das cenas anteriores.

 Talvez os alunos jamais imaginariam assistir algo dos Simpsons na sala de aula. Ainda mais uma abertura como essa, que apresenta diversos elementos para discussão, entre eles globalização e consumo. A Geografia das apostilas e do quadro negro ganha um sentido mais amplo quando  é apresentada e discutida a partir de um elemento presente no cotidiano dos alunos. O desenho animado assistido no computador ou na televisão de casa pode, sim, ser um elemento motivador do conteúdo explorado no currículo escolar.

Assista a abertura produzida por Banksy para Os Simpsons. Clique aqui para ver alguns quadrinhos do storyboard da animação.

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